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domingo, 27 de maio de 2012

Evangélicos não votam sempre em evangélicos, afirma pastor da Assembleia de Deus

O pastor Wilson Dantas Ribeiro é um dos principais incentivadores da candidatura de evangélicos ligados à Igreja Assembleia de Deus.  O ex-vice-prefeito da cidade de Amarante, no Maranhão, hoje é secretário geral da Convenção de Ministros das Assembleias de Deus do Sudoeste do Maranhão (Comadesma).

Ribeiro diz que conhece bem as dificuldades de um evangélico se eleger com o voto dos “irmãos”.  Em 2007, mesmo tendo sido escolhido no plebiscito realizado dentro das Assembleias de Deus do sul do Maranhão, o pastor Wilson não conseguiu votos o suficiente para se eleger como deputado estadual pelo PMDB. “Não diria traído, eu posso ter sido vitimado pelo pouco grau de conscientização política do povo evangélico”, afirma.
Hoje ele é filiado ao Partido Social Cristão (PSC) e reflete sobre os motivos que deixam o eleitor evangélico receoso em votar em um candidato evangélico. Um dos principais seria por medo de membros da igreja se envolverem em corrupção. Outro aspecto seria a disseminação de uma teologia que ensina ser melhor “esperar em Deus” que depender do poder político dos homens.
Em entrevista ao site Imperatriz Notícias, ele explicou ainda que os recentes escândalos nacionais, envolvendo pastores que enriqueceram às custas do dinheiro de fiéis, podem influenciar negativamente o voto do eleitor evangélico.
“Não quero aqui defender, por que eu acho que quem agiu de forma errada, quem enriqueceu ilicitamente, se é que isso aconteceu, deve responder por isso na justiça, independentemente da posição social, eclesiástica ou política… Há uma campanha por parte da mídia e dos políticos profissionais para a não inserção de evangélicos na política, na intenção de anular a imensa maioria de evangélicos que são verdadeiros e honestos. Afeta sim, mas é como uma massa fermentada que quanto mais bate, mais cresce. Ou seja, a avalanche da migração de evangélicos para a política, ninguém vai barrar”, explicou.
O pastor falou ainda que não se pode esperar que evangélicos votem sempre em evangélicos. “Essa conduta não é bem aceita, principalmente no Brasil. Nós ainda temos muita dificuldade. Dentro da igreja da igreja que eu pertenço, da Assembleia de Deus, fomos ensinados pelos líderes pioneiros para que os crentes não se envolvessem com a política… Hoje, há uma orientação por parte da convenção, liderança maior das igrejas, para que a gente venha a trabalhar esta ideia de forma mais enfática. A gente já percebe uma certa mudança, mas ainda enfrentamos resistência e não são pequenas”.
Mas ele explica que não concorda que os pastores e pregadores que sejam candidatos possam se eleger utilizando o púlpito das igrejas pra fazer campanha. “Isso é relativo, por exemplo, os presidentes de associações de moradores fazem das associações seus palanques, os empresários fazem isso de suas empresas também. Então o púlpito não é um palanque, é um lugar onde as pessoas ouvem a palavra de Deus e se trata de assuntos de interesse da igreja. Agora, usar o púlpito como palanque, eu também não acho correto”, enfatiza.
Como um líder importante da Assembleia no Maranhão sua visão é que “Houve uma tendência direitista dominante sim entre os evangélicos, até por preceitos bíblicos, como em Romanos 13 onde diz que toda alma deve estar sujeita a toda autoridade. Isso não quer dizer subserviência. Sujeição significa respeito. A tendência direitista existe até por conta de alguns líderes… Até por que a igreja evangélica nunca foi incitada a liderar movimentos revolucionários esquerdistas, tal como acontece com a igreja católica”.
Ele tem uma posição clara sobre a corrupção e inclusive respaldo bíblico “A corrupção não tenta só os evangélicos, tenta seres humanos, que são vulneráveis a ela. A própria Bíblia diz e mostra em textos claros dizendo: “O suborno não aceitarás; não torcerás o direito; não dirás o amargo é doce e o doce é amargo”, etc. Então se já há esta previsão na Bíblia, que é o livro dos livros, é pra que na verdade todo mundo venha a se precaver. É uma tentação que existe no meio político que não segrega e nem isenta ninguém por ser evangélico ou não ser”.

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