A juíza Mazhar Ali Akbar Naqvi, da Alta Corte de Lahore, resolveu
absolver o casal Munir Masih e sua esposa Ruqayya da pena de prisão
perpétua porque os promotores não conseguiram provas de que eles teriam
profanado o Alcorão e insultado o profeta Maomé.
O casal foi denunciado em dezembro de 2008 por Muhammad Nawaz depois
que seus filhos tiveram desentendimentos com os filhos do casal cristão.
A lei da blasfêmia no Paquistão é rotineiramente usada na tentativa de
se vingar de cristãos dentro de disputas de ordem pessoal.
As acusações foram feitas em Mustafabad, no distrito de Kasur,
indicando que Ruqayya Masih teria tocado o Alcorão sem ablução (larvar o
corpo ou parte dele, ritual usado nos cultos orientais) colocando seu
esposo como cúmplice já que ele não teria impedido sua mulher de
completar o ritual. Nawaz também alegou que o casal insultou o profeta
Maomé.
Diante desse caso o tribunal chegou a condená-los, isso em 2010, a
prisão perpétua, mas recentemente um novo julgamento conseguiu reverter a
sentença dos cristãos já que não houve testemunhas para acusá-los.
Munir e Ruqayya possuem seis filhos, sendo quatro meninas e dois
meninos, presos em 2008 o esposo só foi liberado após pagar fiança, mas a
mãe das crianças continuou presa respondendo pelo crime ter folheado o
Alcorão sem ter se lavado antes. Foi um vizinho quem deu o livro de
presente para Ruqayaa que testemunhou isso no tribunal, dizendo que
guardou o presente e realmente a polícia encontrou o Alcorão envolto em
um pedaço de pano no armário.
Depois do último julgamento a mulher foi solta nesta segunda-feira (21) e pode voltar para casa e cuidar de seus filhos.
Com informações Portas Abertas
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