O advogado checheno Dagir Khasavov, fundador de uma organização que defende os direitos dos muçulmanos, disse em uma entrevista transmitida em 24 de abril pelo canal independente Ren-TV: “Os muçulmanos não querem se envolver no sistema judicial laico, é estranho para eles. Você acha que nós viemos para a Rússia para vivermos como estrangeiros. Mas na verdade nós estamos em casa.
Talvez você seja estrangeiro, mas nós estamos em casa. E nós vamos definir as regras, as regras que se adequam a nós, quer você queira ou não. Qualquer tentativa de mudar isso vai acabar em sangue, será o segundo Mar Morto. Vamos inundar a cidade com sangue”.
A declaração causou grande repercussão na Rússia, e Khasavov fugiu do país depois de receber ameaças de morte. O Ministério Público iniciou uma investigação após peritos do Instituto da Cultura da Rússia descobrirem que o discurso visava promover o ódio e a animosidade no país com base na religião, e poderia ser considerado um convite para a atividade extremista.
O pedido de Khasavov para a inclusão da Sharia nos tribunais da Rússia foi rejeitado de imediato por Mikhail Fedotov, o chefe do Conselho Presidencial de Direitos Humanos do país.
Ele disse em 25 de Abril: “A criação de sistemas paralelos de justiça é impossível em um estado governado por leis modernas. Isso mina os alicerces do sistema de justiça”. “As tentativas de forçar a inserção da Sharia nos tribunais e sobre as pessoas só são possíveis em estados teocráticos”, concluiu.
Sr. Fedotov disse que a única maneira da Sharia ser inserida nos tribunais russos era dar-lhes um papel nas audiências de arbitragem.
Em 2008, o governo britânico reconheceu que tinha há algum tempo aceito a inserção da Sharia nos tribunais de arbitragem, mas isso em domínios limitados. Os opositores dessa idéia temem um efeito irreversível, e acham que a aceitação de certos aspectos do direito civil islâmico poderiam levar à introdução completa da sharia.
Khasavov afirmou que suas palavras foram distorcidas e disse que estava se referindo apenas à esfera familiar, e não a uma lei criminal. Seu filho acredita que Khasavov foi incitado, possivelmente por autoridades chechenas.
Fonte: Barnabas Fund
Tradução: Marcelo Peixoto
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