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sábado, 5 de maio de 2012

“Eu tremia de vê-lo passar", diz pastor Délio sobre Cláudio Guerra


Pastor Délio disse que ex-delegado Cláudio Guerra é hoje pacato e humilde
Délio Nascimento, 66 anos, ainda hoje se lembra da imagem que tinha, na juventude, do delegado do Dops do Espírito Santo Cláudio Guerra,
 cujas ações lhe renderam duas condenações por homicídio, uma de 42 anos, que cumpre, e outra de 18 anos, pela morte da mulher e da cunhada. No livro “Memórias de uma guerra suja”, dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, Guerra conta que também participou de execuções e desaparecimentos de opositores do regime militar.

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“Eu temia e tremia de vê-lo passar perto. Era assustador, quando passava com aquela barba preta”, disse. “A postura, a fama, o que a imprensa falava dele, tudo era aterrorizante, assustador. Ele quebrava qualquer limite em nome do que tinha de cumprir. Talvez nem ele tenha noção do que ele era no Estado. Ele era o braço da polícia violenta, era o terror.”

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Ouviu muitas vezes a tia amaldiçoá-lo. “Eu o conhecia não só de nome, mas pelas ações. Meu irmão de criação, então sargento PM foi perseguido por Cláudio Guerra e quase posto na rua (expulso da corporação) por isso. Minha tia não podia ver nem foto.”

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Hoje, Déllio é pastor-presidente da Assembleia de Deus Ministério da Serra que reúne cerca de 75 templos, 600 obreiros – corpo sacerdotal – e cerca de 30 mil fiéis na região metropolitana de Vitória. É na igreja do pastor Délio que Cláudio Guerra – formado em Teologia – é hoje presbítero. O cargo só é inferior na hierarquia da Assembleia de Deus ao de pastor e permite celebrar todas as cerimônias e dar aulas nos cursos de pastor nas igrejas da Assembleia de Deus Ministério da Serra, que reúne cerca de 75 templos na região metropolitana de Vitória.
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Convertido, Guerra é um novo homem, diz Délio. “Em termos de transformação, de metamorfose, o Cláudio Guerra delegado é um homem morto. Hoje existe um outro Cláudio Guerra: pacato, humilde, submisso e simples. Sem dúvida, é um dos casos mais impressionantes que já vi”, disse ao iG.
O ex-delegado se aproximou da Assembleia de Deus na prisão, onde cumpriu dez anos dos 42 de pena por tentativa de homicídio do contraventor Jonathas Bulamarques – ele hoje cumpre prisão domiciliar. Ficou muito doente, mal conseguia andar e, de acordo com Délio, “recebeu a cura e converteu-se”.
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Em apenas três anos na Assembleia, conquistou o respeito da igreja e ascendeu, eleito, a membro do Conselho Fiscal – do qual se afastou rapidamente, depois que a Assembleia enfrentou problemas judiciais. “É uma pessoa de confiança da igreja e que usufrui de credibilidade.”
Por quem o conhece, Guerra é descrito como um sujeito cativante e sedutor. Enquanto dava depoimentos para o livro, o ex-delegado contou ao pastor “por alto” sobre a ideia da publicação. “Estou pensando em contar um pouco da minha história para glorificar o nome de Deus, falando do meu passado em um livro. Não tenho do que me vangloriar do meu passado negro”, disse, segundo o pastor.



Com informações do ig

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