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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Filme retrata jovens frequentadores de rave usando drogas

No filme “Paraísos artificiais” todos se drogam o tempo inteiro. Ácido, maconha e cocaína são passagens (às vezes só de ida) para estados mentais alucinados. Toma-se ecstasy como quem devora um pacote de balas de hortelã.
Embalados numa batida psy trance, com beijo na boca liberado, 2,7 mil figurantes, reunidos nas areias da Praia do Paiva, em Pernambuco, gravaram a maior rave que o cinema nacional já viu.
Em cartaz a partir de 4 de maio, “Paraísos artificiais” faz uma radiografia da juventude brasileira a partir de uma cena pouco focalizada nos filmes de ficção feitos no país: a música eletrônica.
O filme vai de Pernambuco a Amsterdã, sem esquecer as pistas de dança cariocas, sempre focalizando o consumo de drogas sintéticas. E retrata uma cultura estabelecida no Brasil a partir da segunda metade dos anos 1990 para além da música, numa história de amor, perdas e recomeços.
Os protagonistas Erika (Nathalia Dill) e Nando (Luca Bianchi) vão do ensolarado Nordeste à gélida Amsterdã atrás de experiências que mudem suas vidas. Ora para o bem, ora para o mal.
O diretor Marcos Prado sabia o que queria ao escolher o tema de seu primeiro longa de ficção. Em 2004, ele já havia feito “Estamira”, documentário sobre a moradora de um lixão que era uma viagem à parte.

A ideia surgiu em meados dos anos 2000. Coisa de “pai careta”. “Na época, estavam prendendo aquelas gangues de traficantes de classe média. E eu tinha um filho de 15 anos e certa preocupação com que tipo de drogas ele iria usar”, disse.
Marcos decidiu, então, pesquisar quem eram os novos sócios do clube inaugurado em tempos imemoriais. Ao mesmo tempo, se via a toda hora diante da mesma encruzilhada: “Será que estou sendo moralista? Será que estou fazendo apologia?”.
Como produtor de “Tropa de Elite” (2007), ele ouviu um bocado. De aplausos, pelo sucesso de público, mas também de acusações, vindas da ala que tachava o filme de “fascista” e “moralista”.
“Paraísos artificiais” retrata a vida hipócrita da elite universitária, critica a truculência policial, mas sem conflito de consciência em se valer do tráfico. ”Não acho moralismo, não. Acho realista. A bala perdida sobra para os coitados da favela”, diz Prado. “A gente comprando nosso bagulho aqui, trancadinho em casa… É conivente. Plante em casa, grite na passeata da maconha, pô”, dispara o diretor.


Fonte: Folha

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